sábado, 6 de dezembro de 2014
Aditivos Alimentares
Os alimentos ao serem processados perdem muito de suas características como por exemplo, cor, aroma, e sabor.
A característica mais fácil de ser alterada é a cor, pois, a maioria dos processamentos utiliza o calor (altas temperaturas). Um exemplo é o leite que ao ser fervido fica mais escuro.
Os aditivos alimentares é utilizado para tentar resgatar as características que o alimento perdeu ao ser processado. Por exemplo, o achocolatado fabricado anteriormente não era dissolvido em água fria para que isso acontecesse foi adicionado emulsionantes ao produto.
O sal é um dos primeiros aditivos alimentares existentes, era utilizado principalmente para conservar carnes (charque). Outro tipo de aditivo é o açúcar seguido pelos ácidos.
Atualmente, existem 3.500 aditivos alimentares.
Legislação
No Brasil quem regulamenta um aditivo alimentar (para poder ser usado) é o ministério da saúde. Neste ministério, existe um órgão responsável por isso que é o DINAL (divisão nacional de vigilância em alimentos).
Em termos de mundo quem faz a regulamentação é o FAO-CODEX ALIMENTARES.
O órgão internacional que faz as pesquisas com os aditivos que irão ser regulamentados chama-se JECFA (comitê executivo conjunto de especialistas em aditivos)
O JECFA é ligado ao FAO.
Normas para liberação do uso de novos aditivos alimentares:
a) Finalidade do uso de aditivos;
b) Relação dos alimentos aos quais se deseja incorporá-lo;
c) Natureza química e suas propriedades;
d) Documentação cientifica, com os resultados das provas efetuadas, de ser o mesmo inócuo na quantidade que se propõe usar;
e) Medidas a serem feitas para o controle de aditivos do alimento;
f) Responsabilidade de um profissional da área.
Os aditivos:
1. Corante: a substância que confere ou intensifica a cor dos alimentos.
2. Flavorizante: a substância que confere ou intensifica o sabor e o aroma dos alimentos e aromatizante a substância que confere ou intensifica o aroma dos alimentos.
3. Conservador ou Conservantes: a substância que impede ou retarda a alteração dos alimentos provocado por microorganismos ou enzimas.
4. Antioxidante: a substância que retarda o aparecimento de alteração oxidativa nos alimentos.
5. Estabilizante ou Emulsificantes: a substância que favorece e mantém as características físicas das emulsões e suspensões.
6. Espumífero e antiespumífero: a substância que modifica a tensão superficial dos alimentos líquidos.
7. Espessante: a substância capaz de aumentar nos alimentos a viscosidade de soluções emulsões e suspensões.
8. Edulcorante: a substância orgânica artificial, não glicídio, capaz de conferir sabor doce aos alimentos.
9. Umectante: a substância capaz de evitar a perda da umidade dos alimentos, manter alimento úmido.
10. Antiumectante: a substância capaz de reduzir as características higroscópicas dos alimentos, reduzir a umidade.
11. Acidulante: a substância capaz de comunicar ou intensificar o gosto acídulo dos alimentos.
A comissão nacional de normas e padrões para alimentos CNNPA proíbe o uso de aditivos em alimentos quando:
1. Houver evidencia ou suspeita de que o mesmo possui toxidade atual ou potencial.
2. Interferir sensível e desfavoravelmente o valor nutritivo do alimento.
3. Servir para encobrir falhas no processamento e nas técnicas de manipulação.
4. Encobrir alteração ou adulteração na matéria prima ou no produto já elaborado.
5. Induzir o consumidor a erro, engano ou confusão.
6. Não satisfazer as exigências do presente decreto.
Os alimentos que contiverem aditivos deverão trazer na rotulagem a indicação dos aditivos utilizados, explicitamente ou em código, a juízo da autoridade competente, devendo, porem, em ambos os casos, ser mencionado por extenso a respectiva classe.
Códigos de rotulagem de certos aditivos em alimentos de acordo com a legislação brasileira:
H - Acidulantes
A - Antioxidantes
AT - Antiespumífero
AU - Antiumectante
C - Corante
EP - Espessante
ET - Estabilizante
P - Conservador
U - Umectante
Conclusão
Com o desenvolvimento da tecnologia e a necessidade cada vez maior das pessoas trabalharem fora de casa, a rotina domestica precisou ser adequada as necessidades. Com isso, os alimentos industrializados começaram a ser consumidos cada vez mais, tornando-se necessário uma modificação na sua composição.
Existem diversos tipos de aditivos. Muitos consumidos em grandes quantidades podem até causar doenças.
Mas o homem não pode deixar de utilizar esse conforto que a tecnologia traz e a vida moderna necessita: OS ALIMENTOS INDUSTRIALIZADOS.
O que deve-se ter consciência é de como utilizar de maneira adequada esses alimentos com aditivos.
Autoria: Leonardo Augusto Castro
Alimentos
Para seu corpo funcionar bem é importante uma alimentação saudável e tê-la depende da sua necessidade de energia que está relacionada com a idade, peso, estatura e atividades físicas. Mas mesmo dependendo disso, a dieta normal deve ser composta por proteínas, carboidratos, gorduras, fibras, cálcio e outros minerais, como também rica em vitaminas (A, D, E, K e complexo B). Para isto necessitamos de uma dieta variada, que tenha todos os tipos de alimentos, sem abusos.
Alimentação Saudável
Foi feita uma divisão em três tipos de alimentos, que são importantes para nosso corpo pois tem funções diferentes:
Energéticos: São ricos em Açúcares e Gorduras, substancias que dão energia a nosso corpo. São exemplos de alimentos ricos em Açúcares ou Gorduras: Mel, leite, açúcar, frutas, beterraba, manteiga e óleo.
Plásticos: São ricos em Proteínas. As Proteínas ajudam na renovação das células, e na construção e crescimento do corpo. São exemplos de alimentos ricos em Proteínas: Peixe, carne, leite, ovos, soja, feijão e frango.
Reguladores: São ricos em Vitaminas e Sais Minerais, substancias que regulam o funcionamento de nosso organismo, participando da defesa contra doenças.
Os Sais Minerais – como cloro, sódio, cálcio, flúor e ferro – são necessários para a formação de ossos, dos dentes e do sangue. Eles são encontrados no sal de cozinha, no leite, nas verduras, etc.
As Vitaminas são necessárias para o desenvolvimento de nosso organismo e para prevenção de certas doenças. As vitaminas A, D, E e K são lipossúveis (dissolve-se em lípides) e o Complexo B e a Vitamina C são hidrossolúveis (dissolvem-se em agua). Elas são encontradas em frutas, verduras, ovos, leite, etc.
Pirâmide Alimentar
A Pirâmide Alimentar foi criada nos Estados Unidos. Indica a quantidade de certos alimentos que pessoas devem consumir diariamente. Ajuda a ingerir menos gorduras saturadas e colesterol, mais frutas, verduras, legumes e grãos além, de indicar o consumo moderado de açúcar, sal e bebidas alcoólicas. A prática de exercícios físicos é recomendada por que ajuda na prevenção de doenças e também a manter o peso ou ate diminui-lo e faz muito bem à saúde.
Como conservar os alimentos
Antigamente, quando não havia geladeiras, nem freezers, os alimentos tinham que ser cazados e comidos no ato, e as pessoas não podiam fazer muitos exercícios por que não se sabia quando haveria mais comida. Depois, descobriu-se que salgar ou defumar os alimentos para conserva-los eram métodos eficazes. Também se descobriu que congelados era bom, então enterrava-os na neve.
Recentemente, foram descobertos mais tipos de conservação e inventadas maquinas, como a geladeira e o freezer, que ajudam na conservação de alimentos. Alguns tipos de conservação de alimentos:
Congelamento ou resfriamento: Temperaturas próximas ou abaixo de 0°C retardam o crescimento e as atividades metabólicas dos microrganismos. No caso do congelamento, a menos de 0°C e no caso do resfriamento, próximas a 0°C.
Fervura: A temperatura alta é um dos métodos mais seguros e mais confiáveis, pois o calor é utilizado para matar dos organismos existentes em produtos alimentares em latas, jarras ou outros tipos de recipientes que não deixam que exista penetração de mais organismos depois de ferver.
Defumação: A fumaça desidrata os alimentos e eles se conservam por muito tempo.
Pasteurização: O processo de pasteurização é aplicado ao leite e também aos sucos de frutas. No entanto, como o tratamento não mata todos os microrganismos, é necessário guardar estes produtos em baixas temperaturas. O tratamento é feito colocando o alimento em altas temperaturas durante um curto período de tempo e depois colocando-o numa temperatura muito baixa rapidamente.
Desidratação: Quando retiramos, pelo sol ou pelo ar, a agua de um alimento para que se conserve. Isso não mata todas as bactérias, mas impede de se reproduzir as que sobram.
Salgamento: É usado para carnes. O sal tira a agua da carne e depois, dos microorganismos que vierem, matando-os.
Foi feita uma divisão em três tipos de alimentos, que são importantes para nosso corpo pois tem funções diferentes:
Energéticos: São ricos em Açúcares e Gorduras, substancias que dão energia a nosso corpo. São exemplos de alimentos ricos em Açúcares ou Gorduras: Mel, leite, açúcar, frutas, beterraba, manteiga e óleo.
Plásticos: São ricos em Proteínas. As Proteínas ajudam na renovação das células, e na construção e crescimento do corpo. São exemplos de alimentos ricos em Proteínas: Peixe, carne, leite, ovos, soja, feijão e frango.
Reguladores: São ricos em Vitaminas e Sais Minerais, substancias que regulam o funcionamento de nosso organismo, participando da defesa contra doenças.
Os Sais Minerais – como cloro, sódio, cálcio, flúor e ferro – são necessários para a formação de ossos, dos dentes e do sangue. Eles são encontrados no sal de cozinha, no leite, nas verduras, etc.
As Vitaminas são necessárias para o desenvolvimento de nosso organismo e para prevenção de certas doenças. As vitaminas A, D, E e K são lipossúveis (dissolve-se em lípides) e o Complexo B e a Vitamina C são hidrossolúveis (dissolvem-se em agua). Elas são encontradas em frutas, verduras, ovos, leite, etc.
Pirâmide Alimentar
A Pirâmide Alimentar foi criada nos Estados Unidos. Indica a quantidade de certos alimentos que pessoas devem consumir diariamente. Ajuda a ingerir menos gorduras saturadas e colesterol, mais frutas, verduras, legumes e grãos além, de indicar o consumo moderado de açúcar, sal e bebidas alcoólicas. A prática de exercícios físicos é recomendada por que ajuda na prevenção de doenças e também a manter o peso ou ate diminui-lo e faz muito bem à saúde.
Como conservar os alimentos
Antigamente, quando não havia geladeiras, nem freezers, os alimentos tinham que ser cazados e comidos no ato, e as pessoas não podiam fazer muitos exercícios por que não se sabia quando haveria mais comida. Depois, descobriu-se que salgar ou defumar os alimentos para conserva-los eram métodos eficazes. Também se descobriu que congelados era bom, então enterrava-os na neve.
Recentemente, foram descobertos mais tipos de conservação e inventadas maquinas, como a geladeira e o freezer, que ajudam na conservação de alimentos. Alguns tipos de conservação de alimentos:
Congelamento ou resfriamento: Temperaturas próximas ou abaixo de 0°C retardam o crescimento e as atividades metabólicas dos microrganismos. No caso do congelamento, a menos de 0°C e no caso do resfriamento, próximas a 0°C.
Fervura: A temperatura alta é um dos métodos mais seguros e mais confiáveis, pois o calor é utilizado para matar dos organismos existentes em produtos alimentares em latas, jarras ou outros tipos de recipientes que não deixam que exista penetração de mais organismos depois de ferver.
Defumação: A fumaça desidrata os alimentos e eles se conservam por muito tempo.
Pasteurização: O processo de pasteurização é aplicado ao leite e também aos sucos de frutas. No entanto, como o tratamento não mata todos os microrganismos, é necessário guardar estes produtos em baixas temperaturas. O tratamento é feito colocando o alimento em altas temperaturas durante um curto período de tempo e depois colocando-o numa temperatura muito baixa rapidamente.
Desidratação: Quando retiramos, pelo sol ou pelo ar, a agua de um alimento para que se conserve. Isso não mata todas as bactérias, mas impede de se reproduzir as que sobram.
Salgamento: É usado para carnes. O sal tira a agua da carne e depois, dos microorganismos que vierem, matando-os.
http://www.coladaweb.com/biologia/alimentos
quinta-feira, 24 de abril de 2014
Era Vargas
Este trabalho traz a história dos governos de Getúlio Vargas, denominado Era Vargas, este período é divido em Provisório, Constitucional e Estado Novo.
O Governo Provisório (1930-1934)
A concentração de poderes na Era Vargas
Getúlio Vargas assumiu o poder no dia 3 de novembro de 1930 como líder incontestável de uma revolução. Assumindo o governo com poderes extraordinários, Vargas reforçou lentamente o seu poder pessoal até que, em novembro de 1937, instituiu uma ditadura fascista no Brasil. Essa concentração de poderes nas mãos de Vargas representou a destruição do poder das oligarquias estaduais, fundamental no esquema político da República Velha.
A progressiva concentração de poderes foi possível graças:
à inexistência de grupos capazes de contestar e derrubar o novo governo e de assumir o controle político do país;
aos choques de interesses entre grupos rivais - Getúlio aproveitou-se inteligentemente desses choques para reforçar o seu poder pessoal;
e, principalmente, pelo apoio dado a Getúlio pela alta cúpula militar, representada inicialmente pelo general Goes Monteiro e, a partir de 1936, pelo mesmo general Goes Monteiro e pelo general Eurico Gaspar Dutra.
Getúlio deixou claro, desde o início, o seu intuito de enfeixar em suas mãos tanto as decisões políticas quanto as econômico-financeiros.
Getúlio Vargas com a mão enegrecida do petróleo
Com o decreto de 11 de novembro, aprovado pelos seus ministros, Vargas passou a ter o direito de exercer os poderes Executivo e Legislativo, até que uma Assembléia Constituinte eleita estabelecesse a reorganização constitucional do país: Getúlio governou sem Constituição até 1934.
Determinou também a dissolução do Congresso Nacional, das Assembléias Legislativas estaduais e das Câmaras Municipais. Segundo Osvaldo Aranha, "tenente civil" e ministro da Justiça, "a Revolução não reconhece direitos adquiridos".
Foram demitidos todos os governadores estaduais, com exceção do recém-eleito governador de Minas Gerais, e substituídos por interventores federais, recrutados entre os tenentes, com poderes executivos e legislativos, porém subordinados ao poder central.
Os estados "ficaram proibidos de contrair empréstimos externos sem a autorização do governo federal; gastar mais de 10% da despesa ordinária com serviços de polícia militar; dotar as polícias estaduais de artilharia e aviação ou armá-las em proporção superior ao Exército".
Essa extraordinária concentração de poderes, ausente durante a Republica das Oligarquias, produziu divergências na coalizão revolucionária.
Os líderes dos estados revolucionários, Rio Grande do Sul e Minas Gerais, eram favoráveis à realização imediata de e eleições. Os tenentes, através do Clube Três de Outubro, exigiam que Vargas continuasse indefinidamente com todo poder, pois achavam que as mudanças estruturais de que o Brasil necessitava seriam prejudicadas por eleições que colocariam de volta no poder as velhas oligarquias.
A composição do Governo Provisório
Depois de criar um Tribunal Especial - cuja ação foi nula - com o objetivo de julgar "os crimes do governo deposto", o novo governo organizou um ministério que, pela composição, nos mostra o quanto Getúlio estava compromissado com os grupos que lhe apoiaram na Revolução:
general Leite de Castro - ministro do Exército;
almirante Isaías Noronha - ministro da Marinha;
Afrânio de Melo Franco (mineiro) - ministro do Exterior;
Osvaldo Aranha (gaúcho) - ministro da Justiça;
José Américo de Almeida (paraibano) - ministro da Viação;
José Maria Whitaker (paulista) - ministro da Fazenda;
Assis Brasil (gaúcho) - ministro da Agricultura.
Dentro ainda da idéia de compromisso, foram criados dois novos ministérios:
Educação e Saúde Pública - o mineiro Francisco Campos;
Trabalho, Indústria e Comércio - o gaúcho Lindolfo Collor.
Para Juarez Távora, pela sua admirável participação revolucionária e pelo seu prestígio como homem de ação, foi criada a Delegacia Regional do Norte.
Pela chefia política dos estados brasileiros do Espírito Santo ao Amazonas, Juarez Távora foi chamado de O Vice-Rei do Norte.
A política cafeeira da Era Vargas
O capitalismo passava por uma de suas violentas crises de superprodução. Essas crises cíclicas do capitalismo eram o resultado da ausência de uma planificação, o que produzia a anarquia da produção social.
As nações industriais com problemas de superprodução acirravam o imperialismo, superexplorando as nações agrárias, restringindo os créditos e adotando uma política protecionista, sobretaxando as importações.
Neste contexto o café conheceu uma nova e violenta crise de superprodução, de mercados e de preços, que caíram de 4 para 1 libra nos primeiros anos da década de 30.
Como o café era a base da economia nacional, a crise poderia provocar sérios problemas para outros setores econômicos, tais como a indústria e o comércio, o que seria desastroso.
Era preciso salvar o Brasil dos efeitos da crise mundial de 1929. Era necessário evitar o colapso econômico do País·
Para evitá-lo, o governo instituiu uma nova política cafeeira, visando o equilíbrio entre a oferta e a procura, a elevação dos preços e a contenção dos excessos de produção, pois a produção cafeeira do Brasil era superior à mundial.
Para aplicar esta política, Vargas criou, em 1931, o CNC (Conselho Nacional do Café), que foi substituído em 1933 pelo DNC (Departamento Nacional do Café).
Dentro desta nova política tornou-se fundamental destruir os milhares de sacas de café que estavam estocadas.
O então ministro da Fazenda, Osvaldo Aranha, através de emissões e impostos sobre a exportação, iniciou a destruição do excedente do café através do fogo e da água,
De 1931 a 1944, foram queimadas ou jogadas ao mar, aproximadamente, 80 milhões de sacas. Proibiram-se novas plantações por um prazo de três anos e reduziram-se as despesas de produção através da redução dos salários e dos débitos dos fazendeiros em 50%.
Por ter perdido o poder político e pelo fato de ter de se submeter às decisões econômicas do governo federal, as oligarquias cafeeiras se opuseram à política agrária da Era Vargas.
Liberalismo e centralismo
Saber quem perdeu a Revolução de 1930 é fácil, o difícil é saber quem ganhou, devido à extrema heterogeneidade da frente revolucionária.
De um lado estavam os tenentes que ocupavam um destacado papel no governo, eram favoráveis a mudanças e, por isso, achavam desnecessárias as eleições, que para eles só trariam de volta as oligarquias tradicionais.
Do outro lado, os constitucionais liberais defendiam as eleições urgentes. Vargas manobrava inteligentemente os dois grupos. Ora fazendo concessões aos tenentes, permitindo-lhes uma influência político , como João Alberto, nomeado interventor em São Paulo, ora acenando com eleições, como a publicação do Código Eleitoral de fevereiro de 1932 e o decreto de 15 de março, que marcava para 3 de maio de 1933 as eleições pata uma Assembléia Constituinte.
A Revolução Constitucionalista de 1932 (São Paulo)
Foi de São Paulo que partiram as primeiras manifestações em prol da reconstitucionalização do país.
O manifesto do Partido Democrático (24-3-1931) partido que nascera em São Paulo em 1926 e era representado por industriais e elementos da classe média - repercutiu em vários estados, incentivando vários grupos constitucionalistas. Os paulistas exigiram, além de uma nova Constituição, um interventor que fosse paulista e civil, pois Getúlio havia colocado, como interventor de São Paulo, o tenente pernambucano João Alberto.
Além disso, a aristocracia paulista pretendia retomar o poder político, de onde fora desalojado pela Revolução de 1930.
"A chamada Revolução Constitucionalista de São Paulo, que encheu o ano de 1932, não foi um mero fruto de circunstancias. Nem foi a explosão de um irresistível sentimento de revanche. Foi, antes, um ato deliberado, longa e friamente calculado e pensado pelos responsáveis e dirigente máximos do PRP, objetivando a retomada do poder do qual haviam sido desalojados tão violentamente".
As manifestações antigetulistas levaram o PRP a aliar-se ao Partido Democrático, seu antigo inimigo, formando-se a'Frente única Paulista (FUP) contra o Governo provisório,
A nomeação de Pedro de Toledo, paulista e civil, para interventor de São Paulo não impediu a eclosão do movimento revolucionário.
Em 23 de maio de 1932, a reação contra um grupo de estudantes, que já havia investido contra alguns jornais favoráveis a Getúlio, resultou na morte de quatro manifestantes, Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo, cujas Iniciais formaram a sigla revolucionária paulista: MMDC.
A revolução armada explodiu a 9 de julho de 1932, sob a liderança militar dos generais Isidoro Dias Lopes (SP) e Bertolo Klinger (MT) e a liderança civil de Francisco Morato e Pedro de Toledo.
São Paulo contava inicialmente com o apoio dos rebeldes mineiros liderados por Artur Bernardes e dos rebeldes gaúchos liderados por Borges de Medeiros: ambos foram presos pelas forças legais.
São Paulo, que pensava, segundo a propaganda, que o movimento não passaria de "uma simples parada militar, mera marcha triunfal até o Rio" viu-se envolvido num grande conflito armado. Perdendo seus aliados, não possuindo condições bélico-militares, acusado de fazer; um movimento separatista, São Paulo se rendeu as forças federais. A revolução durou apenas.
Entretanto, se a Revolução Paulista de 1932 foi um fracasso do ponto de vista militar, foi um sucesso do ponto de vista político, pois em 1933 Getúlio Vargas promoveu eleições para a Assembléia Constituinte, que se instalou a 10 de novembro, sendo responsável pela elaboração de uma nova Constituição, promulgada em 1934.
Além disso, este movimento revelou a existência de duas concepções de Estado: de um lado, o liberalismo, que pressupõe o indivíduo acima do Estado e, do outro, o intervencionismo do Estado na política, na economia e nas relações entre classes, produzindo o centralismo.
A Constituição de 1934
Promulgada em 16 de julho, enunciada pela Constituição alemã de Weimar, a nova Constituição brasileira, liberal e centralizadora, estabelecia:
regime presidencial e federativo;
extinção do cargo de vice-p-sidente;
voto secreto e feminino (pela primeira vez no Brasil);
ensino primário obrigatório e gratuito;
autonomia dos sindicatos e representação profissional;
restrição à imigração (visava principalmente aos japoneses);
nacionalização das empresas estrangeiras de seguros;
proibição a empresas estrangeiras de se apossarem de órgãos de divulgação;
obrigação às empresas estrangeiras de manterem, no mínimo, dois terços de empregados brasileiros;
criação do mandado de segurança para a defesa dos direitos e liberdades individuais;
três poderes: Executivo, Judiciário e Legislativo.
O poder Legislativo era formado pelo Senado e pela Câmara. Havia dois senadores por estado, com mandato de oito anos. Os deputados eram eleitos por quatro anos, com um número proporcional ao número de habitantes de cada estado.
Uma das novidades dessa Constituição era a representação classista, isto é, os sindicatos de patrões e empregados podiam eleger seus deputados, que tinham os mesmos direitos dos outros parlamentares.
O governo constitucional (1934-1937)
A polarização ideológica na Era Vargas
O período do governo constitucional de Getulio foi uma fase marcada pelo choque entre duas correntes ideológicas, influenciadas pelas ideologias de origem européia: a Ação Integralista Brasileira e a Aliança Nacional Libertadora.
A Ação Integralista Brasileira (AIB) - Nascida em São Paulo em 1932, fundada e liderada por P1ínio Salgado, a AIB caracterizou-se por ideologia e métodos fascistas. Invocando sempre a bandeira de luta contra
O "perigo comunista" ou "ameaça vermelha", a AIB conseguiu congregar elementos das altas camadas sociais, do alto clero e da cúpula militar. Pretendia a'criação de um "Estado Integral", ditatorial, com um só partido e um chefe único.
Tendo como lema a trilogia "Deus, Pátria e Família" os homens da Ação Integralista Brasileira usavam "camisas verdes" e tinham uma saudação especial: "Anauê!"
A Aliança Nacional Libertadora (ANL) - Surgiu como um movimento de Frente Popular, de composição variada contra o fascismo, congregando elementos dos mais diferentes escalões sociais, desde operários até algumas patentes militares.
Desde sua fundação contava com a ativa participação de comunistas. A Aliança Nacional Libertadora, cujo presidente honorário era Luís Carlos Prestes, propunha: reforma agrária, constituição de um governo popular, cancelamento das dívidas externas e nacionalização das empresas estrangeiras.
"Muito significativo era o fato de que o integralismo e a Aliança Nacional Libertadora constituíam os primeiros movimentos políticos nacionais de aguda orientação ideológica. Os componentes da desconhecida Aliança Liberal, 'que haviam feito a Revolução de 1930, não passavam de políticos locais unidos pelo desejo comum de derrubar a estreita elite governante da República Velha...'".
A Intentona Comunista
Os violentos choques entre integralistas e comunistas eram habilmente utilizados na Era Vargas, que mostrava à classe média e aos militares os perigos de uma política aberta.
O medo à "subversão vermelha" e os discursos extremados de Luís Carlos Prestes levaram o congresso Nacional a promulgar uma Lei de Segurança Nacional, concedendo ao governo federal amplos poderes para reprimir a ação da Aliança Nacional Libertadora.
Invadindo o quartel-general da ANL, em 13 de julho de 1935, e confiscando seus documentos, o governo pode acusar que o movimento era financiado pelo comunismo internacional.
A prisão de alguns líderes, o fechamento da Aliança Nacional Libertadora e a impossibilidade, agora, de chegar legalmente ao poder levaram a ala mais radical da ANL a uma rebelião armada em novembro de 1935: era a intentona Comunista, facilmente debelada pelas forças fiéis ao governo.
A vitória do governo contra os comunistas que se rebelaram em Natal, Recife e Rio de Janeiro trouxeram como resultado, o maior reforço do poder central.
Vargas saiu fortalecido do episódio. Decretou o estado de sítio, que se prolongou ate 1937. O país marchava para a ditadura do Estado Novo.
O golpe de 1937
Em 1936, em meio à intensa agitação política, preparavam-se os planos para eleição presidencial que deveria se realizar em janeiro de 1938. Três candidatos disputariam aquela eleição:
Armando de Sales Oliveira (ex-interventor em São Paulo);
José Américo de Almeida (ex-ministro da Viação do Governo Provisório);
Plínio Salgado (líder da Ação Integralista).
Getúlio Vargas, que não pretendia deixar o governo, prepara um golpe de Estado, no que é apoiados pelos generais Goes Monteiro e Dutra. O plano golpista está preparado. As oposições, tanto políticas como militares, foram sufocadas.
"A boa política mandava criar um ambiente emocional que permitisse a rápida aceitação do golpe e da nova Constituição como medida de emergência e da salvação nacional. E isso foi conseguido com o plano Cohen".
O fantasioso plano Cohen, forjado por elementos do governo, era, segundo o próprio governo, um plano comunista para tomar o poder através do assassinato de grandes personagens da política nacional.
Diante da "radicalização comunista'', Getúlio conseguiu do Congresso o decreto de Estado de guerra".
O golpe, marcado para 15 de novembro, aniversário da Proclamação da República, teve seu desfecho a 10 de novembro de 1937. O Congresso foi fechado. Uma nova Constituição, que já estava sendo elaborada desde 1936 por Francisco Campos, foi outorgada. A eleição não se realizou.
Na noite do mesmo dia 10 de novembro, Getúlio fazia uma proclamação ao povo, justificando a necessidade de um governo autoritário: nascia, assim, o Estado Novo.
O Estado Novo (1937-1965)
A ditadura é, por assim dizer, a fonte de todos os males sociais.
(Paulo Duarte)
A Constituição de 1937
Elaborada por Francisco Campos e baseada principalmente na Constituição polonesa - por isso conhecida como a Polaca -, a nova Constituição brasileira foi outorgada no mesmo dia do golpe, isto é, 10 de novembro de 1937.
A nova Constituição estabelecia um Estado autoritário com absoluta centralização do poder e a supressão da autonomia dos Estados, o que dava ao Brasil uma característica de Estado unitário.
O presidente, eleito indiretamente para um mandato de seis anos, tinha o poder de dissolver o Congresso, reformar a Constituição, controlar as Forças Armadas e legislar por decretos.
Permitindo que o chefe do governo enfeixasse em suas mãos os. Poderes Executivos, Legislativos e o próprio Judiciário, a Constituição apresentava características ditatoriais-fascistas.
A maior concentração de poderes da Era Vargas
Senhor de plenos poderes que lhe foram outorgados pela nova Constituição, Getúlio Vargas dissolveu o Congresso Nacional, destituiu os governadores dos estados, substituindo-os por novos interventores, extinguiu as bandeiras, armas, hinos e escudos estaduais, proibiu as greves, liquidou a independência dos sindicatos, cujos estatutos e diretorias passaram a depender da aprovação do Ministério do Trabalho.
O artigo 177 permitia ao governo demitir os funcionários civis ou militares cujas ações não se ajustassem à ditadura.
Pelo decreto de 2 de dezembro, extinguiam-se todos os partidos políticos, inclusive a Ação Integralista, cujos membros, que já se julgavam donos do poder e chocados com tal medida, romperam com o governo.
Em maio de 1938, os integralistas tentaram um golpe, liderado, entre outros, por Severo Fournier. A frustrada tentativa de golpe dos integralistas contribuiu ainda mais para o reforço do poder de Getúlio.
Em 16 de maio, o governo regulamentou a pena de morte no Brasil. Pouco depois, eram exilados os inimigos políticos do ditador. P1ínio Salgado foi convidado a deixar o país, partindo para Portugal.
O governo, preocupado com o problema da Segurança Nacional, modernizou as Forças Armadas e criou o Ministério da Aeronáutica.
A política administrativa
O DASP - Objetivando maior controle da administração pública, Getulio Vargas institucionalizou, em 1938, o Departamento Administrativo do Serviço Público (DASP). Deve-se notar que esse departamento serviu para ampliar seus poderes através do rígido controle da administração, pois servia também como órgão consultivo de Getúlio e seus ministros.
O DIP - O Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP) foi, ao lado da polícia secreta, chefiada por Filinto Muller, o mais importante instrumento de sustentação do regime ditatorial-fascista do Estado Novo. Criado para a propaganda oficial do governo e para a censura funcionava como elemento controlador de toda a imprensa, determinando o que podia ou não ser publicado.
A política social e econômica
Além dos órgãos administrativos citados, Getulio Vargas usava outros triunfos para aumentar seu poder pessoal e o poder do Estado, como, por exemplo, uma simpática legislação trabalhista e uma política econômica que se caracterizava pelo seu nacionalismo, intervencionismo estatal e protecionismo.
A política trabalhista - Completando uma política trabalhista já iniciada com a criação do Ministério do Trabalho, em 1931, o Estado Novo regulamentou as relações entre trabalhadores e patrões. Os sindicatos tornaram-se dependentes e foi criado o imposto sindical.
"... como se sabe, trata-se [o imposto sindical] de uma contribuição anual obrigatória, correspondente a um dia de trabalho, pago por todo empregado, sindicalizado ou não. Outro aspecto que deve ser lembrado no exame da política trabalhista do regime de 1937 é o tratamento dado aos problemas salariais".
Desde a Constituição de 1934, vinha sendo afirmado que a lei ordinária fixaria um salário mínimo, medida de certa importância se considerarmos que grande parte da força de trabalho não era qualificada. Somente em maio de 1940 surgiu um decreto-lei neste sentido. O país foi dividido em várias regiões para os fins da fixação do salário mínimo e estabeleceu-se uma escala variável, de acordo com a região."
"Entre os direitos recém-adquiridos pelo proletariado e pelos trabalhadores no comércio, incluíam-se: jornada de trabalho de 8 horas, férias remuneradas, estabilidade no emprego, indenização por dispensa sem justa causa, convenção coletiva de trabalho, a regulamentação do trabalho dás mulheres e de menores, os Institutos de Aposentadoria e Pensões, que garantiam assistência àqueles grupos".
Ainda em continuidade com as tendências do período anterior, foi consolidada a Justiça do Trabalho em 1939.
Em 1943, foi elaborada a CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas).
A diversificação agrária - Intervindo na economia, o Estado Novo promoveu a diversificação agrária, incentivando a policultura.
Foram criados os Institutos do Açúcar e do Álcool, do Mate e do Pinho, responsáveis pelo financiamento, experimentação e divulgação de técnicas mais aperfeiçoadas de cultivo.
Em São Paulo se expandiu a produção algodoeira com a aplicação dos capitais que antes eram aplicados no setor cafeeiro.
O Japão e a Alemanha apresentavam-se como excelentes mercados consumidores de nossas matérias-primas, devido à participação destas nações na Segunda Guerra Mundial.
A industrialização na Era Vargas
Favorecida pela Segunda Guerra Mundial e pela conseqüente redução das importações de manufaturados em aproximadamente 40%; pela diversificação agrária, com a produção abundante de matéria-prima, principalmente do algodão; pela desvalorização da moeda e o conseqüente aumento do preço dos produtos importados; pelo aumento do mercado consumidor interno com a abolição das taxas interestaduais e pela política econômica nacionalista e protecionista da Era Vargas, a industrialização no Brasil sofreu um grande impulso a partir de 1940.
Desde 1939 que Getúlio e Sousa Costa, seu ministro da Fazenda, preparavam um Plano Qüinqüenal, que apresentava os seguintes itens principais: uma usina de aço, fábrica de aviões, usina hidrelétrica em Paulo Afonso, estradas de feno e de rodagem etc.
Manobrando inteligentemente, Vargas informou, em maio de 1940, ao Departamento de Estado americano, que a Krupp, empresa alemã, estava disposta a construir uma usina de aço no Brasil: deve-se notar que a Alemanha de Hitler já havia iniciado a Segunda Guerra Mundial.
Esta manobra de Getúlio resultou na oferta norte-americana de um empréstimo de vinte milhões de dólares que seria feito pelo Eximbank.
Com o auxílio dos empréstimos feito pelo Eximbank, foi iniciada a construção da usina de Volta Redonda, criando-se assim a Companhia Siderúrgica Nacional, que deveria produzir inicialmente 300 mil toneladas de aço por ano.
A partir de 1942, quando as relações Vargas-Roosevelt se tornaram mais amistosas e aumentaram os empréstimos do Eximbank, o governo federal ampliou os investimentos estatais no plano da infra-estrutura, Nasceu a Companhia do Vale do Rio Doce. Estava garantido o controle da matéria-prima para a indústria pesada.
Dentro desta mesma orientação nacionalista, havia sido criado o Conselho Nacional do Petróleo, em 1938, organismo subordinado diretamente ao chefe do governo.
O Brasil na Era Vargas e a Segunda Guerra Mundial
Com relação à Segunda Guerra Mundial, iniciada em 1939, Getúlio mantinha posição de neutralidade, embora algumas personagens do seu governo, como Francisco Campos e Filinto Muller, preferissem a Alemanha a outras nações. Osvaldo Aranha e Lourival Fontes tendiam para o lado americano.
Porém, em janeiro de 1942, depois da Segunda Conferência dos Chanceleres Americanos, o governo rompeu reações diplomáticas com os países do Eixo (Alemanha, Itália e Japão), permitindo a instalação de bases navais e aéreas no Nordeste brasileiro.
A reação alemã e o afundamento de navios brasileiros levaram o Brasil a declarar guerra ao Eixo em agosto de 1942.
Foi, sem dúvida alguma, muito importante a participação da FEB (Força Expedicionária Brasileira) e da FAB (Força Aérea Brasileira) nos campos de guerra europeus.
As tropas brasileiras, sob o comando do general Mascarenhas de Morais, obtiverem grandes vitórias em Monte Castelo, Castelnuovo, Fornovo, Montese.
A redemocratização do país
"Com a vitória das Nações Unidades, que era, ao mesmo tempo, a derrota do nazi-fascismo, e a campanha que se desenvolvia no Brasil pela reconquista das liberdades democráticas, criara-se um clima impróprio para o regime ditatorial que se vinha mantendo no País (...). Não se podia admitir que permanecêssemos tolerando aqui o mesmo regime que havíamos ajudado a destruir na Europa".
"... Os próprios membros do governo, a começar pelos militares, começaram a compreender que era necessário mudar, que o Estado Novo já havia cumprido o seu papel histórico e era necessário substituí-lo, preferivelmente de modo pacífico, e, se possível, enquanto era tempo, pelo próprio governo."
O ano de 1943 marcou-se pelo início das campanhas em prol da redemocratização. Neste ano, homens como Milton Campos, Afonso Arinos e outros lançaram um tímido manifesto, exigindo a redemocratização do País: era o Manifesto dos Mineiros.
Nos anos que se seguiram, desenvolveu-se a campanha. Em 1945, o Primeiro Congresso Brasileiro de Escritores exigiu eleições livres e liberdade de expressão, e José Américo de Almeida fez declarações antiditatoriais no ornal Correio da Manhã.
Renasceu o pluripartidarismo, com a criação da UDN, do PTB, do PSD, do PSP e a reabilitação do PCB.A UDN (União Democrática Nacional) era um partido composto essencialmente por antigetulistas.
O PSP (Partido Social Progressista) teria, em São Paulo, seu principal centro de ação e em Ademar de Barros, representante da burguesia paulista, seu líder maior.
O PCB (Partido Comunista Brasileiro), criado em 1922 e extinto, por determinação do governo, alguns meses depois, funcionou na ilegalidade até 1945, ano da sua reabilitação.
O PTB (Partido Trabalhista Brasileiro) e o PSD (Partido Social Democrático) foram, ambos criados por Getúlio.
O PSD era o partido dos grandes proprietários rurais e das oligarquias. O PTB representava o outro lado do varguismo: o lado popular. Vargas, assentado nas bases parlamentaristas do sindicalismo nacional por ele reformado, ao criar o PTB, visava esvaziar o PCB, aglutinando os operários num "partido dos trabalhadores".
Em fevereiro de 1945, foi promulgado um Ato Adicional (emenda constitucional) através do qual Vargas assegurava eleições, que foram marcadas para 2 de dezembro. Em abril, Getúlio Vargas concederam liberdade aos presos políticos.
Intensificou-se a campanha eleitoral. A UDN apresentou o brigadeiro Eduardo Gomes como seu candidato a presidente da República. O general Eurico Gaspar Dutra foi o candidato da coligação PTB-PSD. O PCB, legalizado por Getúlio, apresentou a candidatura de Yedo Fiúza.
Durante a campanha eleitoral, surgiu um movimento liderado por comunistas e getulista, conhecido como Queremismo, querendo que Getúlio Vargas continuasse no governo.
A aproximação de Getúlio com os comunistas alarmou os meios políticos do Brasil. Alguns acreditavam na possibilidade de um novo golpe de Getúlio.
No dia 29 de outubro, quatro dias apos terem nomeado o seu irmão Benjamin Vargas para chefe de polícia do Distrito Federal, Getúlio Vargas foi deposto sem luta pelos generais Goes Monteiro e Eurico Gaspar Dutra. O governo foi entregue a José Linhares, presidente do Supremo Tribunal Federal: era o fim da Era Vargas e da ditadura.
Nas eleições de dezembro saiu vitorioso o general Eurico Gaspar Dutra, candidato apoiado por Getúlio Vargas.
Ciclos Biogeoquímicos
Circulação na natureza de substâncias essenciais para a manutenção e reprodução dos organismos vivos. Os principais ciclos biogeoquímicos são os do carbono, átomos de carbono se incorporam em compostos orgânicos através da fotossíntese (absorvido na forma de nitratos por plantas comidas por animais, produzindo excreção de nitrato, que volta ao solo), da água(evaporação, à chuva, e assim por diante), do oxigênio, e do fósforo.
Os caminhos percorridos ciclicamente entre o meio abiótico e o biótico pela água e pelos elementos químicos carbono, oxigênio e nitrogênio constituem os ciclos biogeoquímicos.
CICLOS BIOGEOQUIMICOS
São processos naturais que reciclam elementos em diferentes formas químicas do meio ambiente para os organismos, e, depois, vice-versa. Água, carvão, oxigênio, nitrogênio, fósforo e outros elementos percorrem estes ciclos, unindo os componentes vivos e não-vivos da Terra.
Sendo a Terra um sistema dinâmico, em evolução, o movimento e a estocagem de seus materiais afetam todos os processos físicos, químicos e biológicos.
Um ciclo biogeoquímico é o movimento ou o ciclo de um determinado elemento ou elementos químicos através da atmosfera, hidrosfera, litosfera e biosfera da Terra.
Os ciclos estão intimamente relacionados com processos geológicos, hidrológicos e biológicos. Como exemplo, pode-se lembrar que um modesto conhecimento sobre o ciclo geológico (aqui referido como um conjunto dos processos responsáveis pela formação e destruição dos materiais da Terra, subdividido em: ciclo hidrológico e ciclo das rochas) é valioso para o conhecimento e compreensão de nosso ambiente, que é intimamente relacionado aos processos físicos, químicos e biológicos. Por exemplo, para avaliar o impacto ambiental de um material perigoso, como a gasolina, que vazou para o subsolo, as propriedades químicas, físicas e biológicas do solo, rochas e água deveriam ser entendidas. Essa compreensão ajudaria a responder perguntas como: Quão séria foi a contaminação? Quanto o contaminante poderá mover-se? Quanto o dano ambiental poderá ser minimizado?
Ciclo da Água
Ciclo do Carbono
Ciclo do Nitrogênio
Ciclo do Fósforo
Ciclo das Rochas
Ciclo do Enxofre
CICLO DA ÁGUA OU CICLO HIDROLÓGICO
O ciclo hidrológico é dirigido pela energia solar e compreende o movimento da água dos oceanos para a atmosfera por evaporação e de volta aos oceanos pela precipitação que leva à lixiviação ou à infiltração.
Cerca de 97% do suprimento de água está nos oceanos, 2% nas geleiras e muito menos que 1% na atmosfera (0,001%). Aproximadamente 1% do total da água contida nos rios, lagos e lençóis freáticos é adequada ao consumo humano.
A água contida na atmosfera provém de todos os recursos de água doce, através do processo da precipitação.
A água circula no planeta devido às suas alterações de estado que são, principalmente, dependentes da energia solar.
A energia proveniente do Sol não atinge a Terra homogeneamente, mas com maior intensidade no equador do que nos pólos, no verão do que no inverno, e apenas durante o dia. Essa heterogeneidade condiciona movimentos das massas de ar (ventos) e de água (correntes oceânicas), responsáveis por diversas características do clima e de suas alterações.
Apenas 3% da água do planeta não estão nos oceanos. Neles ocorre alta produção de vapor, que é deslocado por ventos até a superfície terrestre, onde a evaporação é menor.
Conforme o vapor de água sobe a atmosfera, ele encontra menor temperatura e pressão, e tende a formar gotículas que constituem nuvens. Quando os movimentos de ar deslocam as nuvens contra uma serra, ela é forçada a subir mais, o que pode provocar sua precipitação, geralmente na forma de chuva ou de neblina. O mesmo ocorre quando uma massa de ar frio (frente fria) encontra uma massa de ar quente e úmido.
A água que se precipita, seja através de chuva, neve, granizo, etc. pode, em sua forma líquida, infiltrar-se no solo e subsolo, ou escoar superficialmente, tendendo sempre a escorrer para regiões mais baixas e podendo, assim, alcançar os oceanos. Nesse percurso e nos oceanos, ela pode evaporar diretamente, como também pode ser captada pelos seres vivos.
Durante a fotossíntese dos organismos clorofilados, a água é decomposta: os hidrogênios são transferidos para a síntese de substâncias orgânicas e o oxigênio constitui o O2 que é liberado.
Durante a respiração, fotossíntese e diversos outros processos bioquímicos, são produzidas moléculas de água.
As plantas terrestres obtêm água do solo pelas raízes, e perdem-na por transpiração. Os animais terrestres que ingerem, e a perdem por transpiração, respiração e excreção.
Através desses processos, a água circula entre o meio físico e os seres vivos continuamente.
As ações humanas podem esgotar o fornecimento da água subterrânea, causando uma escassez e o conseqüente afundamento da terra ao extrair-se o líquido. Ao remover a vegetação, a água flui sobre o solo mais rapidamente, de modo que tem menos tempo para ser absorvida na superfície. Isto provoca um esgotamento da água subterrânea e a erosão acelerada do solo.
CICLO DO CARBONO
O C é o elemento básico da construção da vida. C está presente nos compostos orgânicos (aqueles presentes ou formados pelos organismos vivos) e nos inorgânicos, como grafite e diamante. C combina-se e é química e biologicamente ligado aos ciclos do O e H para formar os compostos da vida. CO2 é o composto orgânico de C mais abundante na atmosfera, mas compostos orgânicos como CH4 ocorrem em menor quantidade. Parte do ciclo do C é inorgânica, e, os compostos não dependem das atividades biológicas. O CO2 é solúvel em água, sendo trocado entre a atmosfera e a hidrosfera por processo de difusão. Na ausência de outras fontes, a difusão de CO2 continua em um outro sentido até o estabelecimento de um equilíbrio entre a quantidade de CO2 na atmosfera acima da água e a quantidade de CO2 na água. CO2 entra nos ciclos biológicos por meio da fotossíntese, e, a síntese de compostos orgânicos constituídos de C, H, O, a partir de CO2 e água, e energia proveniente da luz.
Carbono deixa a biota através da respiração. Processo pelo qual os compostos orgânicos são quebrados, liberando CO2, ou seja, C inorgânico, CO2 e HCO3- são convertidos em C orgânico pela fotossíntese, CO2 é retirado pelas plantas na terra e nos processos com o auxílio da luz solar, através da fotossíntese. Os organismos vivos usam esse C e o devolvem pelo processo inverso: o da respiração, decomposição e oxidação dos organismos vivos. Parte desse C é enterrado dando origem aos combustíveis fósseis. Quando o carvão (ou petróleo) é retirado e queimado, o C que está sendo liberado (na forma de CO2) pode ter sido parte do DNA de um dinossauro, o qual em breve pode fazer parte de uma célula animal ou vegetal.
Praticamente todo o C armazenado na crosta terrestre está presente nas rochas sedimentares, particularmente como carbonatos. As conchas dos organismos marinhos são constituídas de CaCO3 que esses organismos retiram da água do mar. Quando da morte desses, as conchas dissolvem-se ou incorporam-se aos sedimentos marinhos, formando, por sua vez, mais rochas sedimentares. O processo, de bilhões de anos, retirou a maioria do CO2 da atmosfera primitiva da Terra, armazenando-o nas rochas. Os oceanos, segundo maior reservatório de CO2, em C dissolvido e sedimentado, têm cerca de 55 vezes mais quantidade de CO2 que a da atmosfera. Os solos têm 2 vezes mais que a atmosfera, as plantas terrestres têm aproximadamente à da atmosfera.
Tempo médio de residência de CO2:
Solos - 25 a 30 anos;
Atmosfera - 3 anos;
Oceanos - 1500 anos.
A formação dos sedimentos tectônicos contendo CO2 e a subseqüente reciclagem e decomposição nos processos tectônicos têm um tempo de residência de cerca de milhares de anos. A transformação do C presente nos organismos vivos por sedimentação e intemperismo envolve uma escala de tempo similar, embora as magnitudes sejam menores que para os carbonatos. Contudo, tais fluxos naturais estão sendo superados em muito pela quantidade de C que retorna à atmosfera pela queima dos combustíveis fósseis. Esta é a maior perturbação ao ambiente global causada pelo homem. Há ainda o desflorestamento e outras mudanças no uso da terra. Como resultado dessas perturbações, a (CO2)atm foi de 288 ppm, em 1850, para além de 350 ppm, em 1990. O aumento representa cerca de 50% do total de C que entra na atmosfera. A queima de combustíveis fósseis libera para a atmosfera 5 - 6 bilhões de m³ de C/ano, mas só são medidos cerca de 3. De 2 - 3 unidades são "perdidas". Algumas plantas terrestres podem ter respondido ao aumento do (CO2)atm, elevando sua capacidade de fotossíntese.
Cerca de 99,9% de todo o C da Terra está armazenado em rochas, como CaCO3 insolúvel ou proveniente da sedimentação da matéria orgânica. Em última instância, o CO2 extra, proveniente da queima dos combustíveis fósseis, precisa retornar à crosta. A taxa de remoção de C dos oceanos e, em última instância, da atmosfera depende do intemperismo das rochas da crosta para liberar íons metálicos como Ca+2, que formam os carbonatos insolúveis. O aumento do intemperismo deveria responder à variação da temperatura global, pois a maioria das reações químicas é acelerada como o aumento da temperatura. A presença da vida pode, portanto, acelerar o intemperismo devido ao aumento da acidez dos solos devido, por sua vez, ao aumento de CO2 e aos ácidos húmicos produzidos quando da decomposição das plantas. As raízes das plantas também facilitam a destruição física das rochas. Assim, a temperatura global pode estar ligada ao ciclo do C. Adeptos da hipótese Gaia sugerem que a vida na terra exerce controle deliberado sobre a composição da atmosfera, mantendo a temperatura adequada.
Durante o verão, as florestas realizam mais fotossíntese, reduzindo a concentração de CO2. No inverno, o metabolismo da biota libera CO2.
O CICLO DO CARBONATO - SILICATO
Sua grande importância consiste no fato dele contribuir com aproximadamente 80% do total de CO2 trocado entre a parte sólida da Terra e a atmosfera. A troca ocorre há meio bilhão de anos. CO2 atmosférico dissolve-se na água da chuva, produzindo H2CO3. Essa solução ácida, nas águas superficiais ou subterrâneas, facilita a erosão das rochas silicatadas (Si é o elemento mais abundante da crosta terrestre). Entre outros produtos, o intemperismo e a erosão provocam a liberação dos íons Ca2+ e HCO3-, que podem ser lixiviados para os oceanos. Os organismos marinhos ingerem Ca2+ e HCO3- e os usam para construção de suas conchas carbonatadas. Quando esses organismos morrem, as conchas depositam-se, acumulando-se como sedimentos ricos em carbonatos. Esse sedimento de fundo, participando do ciclo tectônico, pode migrar para uma zona cuja pressão e calor fundem parcialmente os carbonatos. A formação desse magma libera CO2 que escapa para a atmosfera pelos vulcões. Aí, pode combinar-se novamente com a água da chuva, completando o ciclo.
O ciclo do carbonato-silicato contribui para a estabilidade da temperatura atmosférica. Exemplo: se uma mudança climática aumenta a temperatura do oceano, a taxa de evaporação de água para a atmosfera aumenta e, conseqüentemente, a quantidade de chuva. Aumentando-se as precipitações, aumenta-se o intemperismo, e assim, o fluxo de Ca2+ e HCO3- para o mar. Os organismos marinhos retiram esses íons da água e quando morrem contribuem para os grandes estoques de C dos sedimentos marinhos. O resulto líquido é a remoção do CO2 atmosférico. Assim, uma menor quantidade da energia emitida pela superfície terrestre é aprisionada e a atmosfera resfria-se, completando o ciclo de contribuição negativa para o aumento da temperatura da atmosfera.
Cadeias de átomos de carbono, ligado uns aos outros, são características das moléculas orgânicas. A glicose, por exemplo, é constituída por uma cadeia de seis átomos de carbono, em torno da qual se arranjam seis átomos de oxigênio e doze de hidrogênio (C6H12O6).
Em uma teia alimentar, são os produtores que originam as substâncias orgânicas. Os consumidores e decompositores apenas transformam a matéria orgânica obtida do nível trófico anterior.
São os produtores, portanto, que retiram carbono do reservatório abiótico e o introduzem no meio biótico. É do CO2 (gás carbônico ou dióxido de carbono) que o carbono é retirado, através principalmente da fotossíntese, sendo então incorporado às substâncias orgânicas. Esse processo é denominado fixação de CO2.
O carbono integrado às substâncias orgânicas pode ter como destino:
Ficar incorporado aos tecidos vivos, constituindo estruturas ou participando de processos bioquímicos. O carbono pode, assim, passar de um nível trófico para o seguinte;
Retornar ao meio físico na forma de CO2, quando a substância orgânica é utilizada como fonte de energia na respiração aeróbia de produtores, consumidores e decompositores.
Note que as duas possibilidades acima ocorrem, simultaneamente, em cada ser vivo. Após sua morte, os tecidos serão lentamente decompostos, liberando-se assim o carbono remanescente.
Em certas condições a matéria orgânica pode ficar protegida da ação dos decompositores, sofrendo então lentas transformações químicas. Assim se originaram os depósitos de carvão e petróleo. Quando queimados, esses combustíveis fósseis liberam CO2, devolvendo à atmosfera átomos de carbono que há milhões de anos compunham tecidos vivos.
CICLO DO NITROGÊNIO
N é essencial para todas as formas de vida, pois está presente na estrutura dos aminoácidos. A vida mantém o N na forma molecular, N2, na atmosfera em quantidade maior que NH3 ou em óxidos, N2O, NO e NO2, ou em compostos com H, NH, HNO2 e HNO3. N2 é pouco reativo, tendendo a formar pequenos compostos inorgânicos. A maioria dos organismos não pode usar N2 diretamente sendo necessária muita energia para quebrar a ligação N - N. Uma vez isolados, os átomos de N podem converter-se em amônia, nitrato ou aminoácidos: o processo chama-se fixação e só ocorre por ação da luz ou da vida, sendo o último o grande responsável.
O processo biológico é tão importante, que várias plantas estabelecem uma simbiose com bactérias capazes de fixar nitrogênio. A diminuição de nitrogênio em solos agrícolas pode ser reduzida por rotação de culturas. Ex: soja, que fixa N, pode estar em rotatividade com milho, que não fixa, e, assim, aumentar a fertilidade do solo. Se as bactérias apenas fixassem nitrogênio, N2 seria removido da atmosfera. As bactérias também realizam o processo inverso: a imobilização. Tanto a remoção de N2, como a incorporação são processos controlados por bactérias. N é fertilizante e contaminante das águas subterrâneas. Fontes industriais e descargas elétricas podem fixar N. N fixo significa N não ligado, ou seja, N atômico. Fixação industrial é hoje a maior fonte de N. Óxidos de N são formados a altas temperaturas quando N2 e O2 estão presentes. Os óxidos de N são a maior fonte poluidora proveniente dos automóveis. N2O diminui a camada de O3 na estratosfera. N é ao mesmo tempo essencial e tóxico. É essencial a todas as formas de vida e participa de vários processos industriais, liberando produtos tóxicos.
O nitrogênio participa das moléculas de proteínas, ácidos nucléicos e vitaminas. Embora seja abundante na atmosfera (78% dos gases), a forma gasosa (N2) é muito estável, sendo inaproveitável para a maioria dos seres vivos. O processo que remove N2 do ar e torna o nitrogênio acessível aos seres vivos é denominado fixação do nitrogênio.
A fixação de N2 em íons nitrato (NO3-) é a mais importante, pois é principalmente sob a forma desse íon que as plantas absorvem nitrogênio do solo.
A fixação pode ocorrer por processos físicos, como sob ação de relâmpagos durante tempestades, e também por processos industriais, quando se criam situações de altíssima pressão e temperatura para a produção de fertilizantes comerciais. A fixação biológica, porém, é a mais importante, representando 90% da que se realiza no planeta.
A fixação biológica do nitrogênio é realizada por bactérias de vida livre no solo, por bactérias fotossintéticas, por cianofíceas (algas azuis), e principalmente por bactérias do gênero Rhizobium, que somente o fazem quando associadas às raízes de plantas leguminosas - soja, alfafa, ervilha, etc. Nessas raízes formam-se nódulos densamente povoados pelas bactérias, onde ocorre a fixação de N2 até a formação de nitrato. Essas plantas podem assim desenvolver-se mesmo em solos pobres desse íon.
Além da atmosfera, outro reservatório de nitrogênio é a própria matéria orgânica. Os decompositores que promovem a putrefação transformam compostos nitrogenados em amônia (NH3), processo denominado amonificação.
As bactérias Nitrosomonas transformam a amônia em nitrito (NO2-) (nitrosação) e as Nitrobacter o transformam em nitrato (nitratação). Esse processo todo é denominado nitrificação, e estas bactérias são conhecidas genericamente como nitrificantes.
O retorno do nitrogênio á atmosfera é promovido no processo de desnitrificação, realizado por bactérias desnitrificantes, que transformam o nitrato em nitrogênio gasoso (N2).
O solo, fonte de nitrato para as plantas terrestres, é também importante exportador de sais para os ecossistemas aquáticos, geralmente veiculados pela água de chuvas.
CICLO DO FÓSFORO
P é um dos elementos essenciais à vida, é um nutriente limitante do crescimento de plantas, especialmente em ambientes aquáticos e, por outro lado, se presente em abundância causa sérios problemas ambientais. Se, por exemplo, grande quantidade de P, geralmente utilizado como fertilizante e em detergentes, entra em um lago (principalmente se este for o caso), esse nutriente pode causar aumento da população de bactérias e algas verdes (fotosssintéticas). Devido ao crescimento intenso, esses organismos podem cobrir toda a superfície do lago, inibindo a entrada de luz e provocando, conseqüentemente a morte de plantas que vivem abaixo da superfície. Quando as plantas subsuperficiais morrem, assim como as algas e bactérias superficiais, todas são consumidas por outras bactérias que usam o CO2 dissolvido no lago ao se alimentares. Se o nível de O2 tornar-se muito baixo, a vida aquática fica comprometida. Os peixes morrerão e desenvolver-se-ão bactérias anaeróbias.
Os caminhos percorridos ciclicamente entre o meio abiótico e o biótico pela água e pelos elementos químicos carbono, oxigênio e nitrogênio constituem os ciclos biogeoquímicos.
CICLOS BIOGEOQUIMICOS
São processos naturais que reciclam elementos em diferentes formas químicas do meio ambiente para os organismos, e, depois, vice-versa. Água, carvão, oxigênio, nitrogênio, fósforo e outros elementos percorrem estes ciclos, unindo os componentes vivos e não-vivos da Terra.
Sendo a Terra um sistema dinâmico, em evolução, o movimento e a estocagem de seus materiais afetam todos os processos físicos, químicos e biológicos.
Um ciclo biogeoquímico é o movimento ou o ciclo de um determinado elemento ou elementos químicos através da atmosfera, hidrosfera, litosfera e biosfera da Terra.
Os ciclos estão intimamente relacionados com processos geológicos, hidrológicos e biológicos. Como exemplo, pode-se lembrar que um modesto conhecimento sobre o ciclo geológico (aqui referido como um conjunto dos processos responsáveis pela formação e destruição dos materiais da Terra, subdividido em: ciclo hidrológico e ciclo das rochas) é valioso para o conhecimento e compreensão de nosso ambiente, que é intimamente relacionado aos processos físicos, químicos e biológicos. Por exemplo, para avaliar o impacto ambiental de um material perigoso, como a gasolina, que vazou para o subsolo, as propriedades químicas, físicas e biológicas do solo, rochas e água deveriam ser entendidas. Essa compreensão ajudaria a responder perguntas como: Quão séria foi a contaminação? Quanto o contaminante poderá mover-se? Quanto o dano ambiental poderá ser minimizado?
Ciclo da Água
Ciclo do Carbono
Ciclo do Nitrogênio
Ciclo do Fósforo
Ciclo das Rochas
Ciclo do Enxofre
CICLO DA ÁGUA OU CICLO HIDROLÓGICO
O ciclo hidrológico é dirigido pela energia solar e compreende o movimento da água dos oceanos para a atmosfera por evaporação e de volta aos oceanos pela precipitação que leva à lixiviação ou à infiltração.
Cerca de 97% do suprimento de água está nos oceanos, 2% nas geleiras e muito menos que 1% na atmosfera (0,001%). Aproximadamente 1% do total da água contida nos rios, lagos e lençóis freáticos é adequada ao consumo humano.
A água contida na atmosfera provém de todos os recursos de água doce, através do processo da precipitação.
A água circula no planeta devido às suas alterações de estado que são, principalmente, dependentes da energia solar.
A energia proveniente do Sol não atinge a Terra homogeneamente, mas com maior intensidade no equador do que nos pólos, no verão do que no inverno, e apenas durante o dia. Essa heterogeneidade condiciona movimentos das massas de ar (ventos) e de água (correntes oceânicas), responsáveis por diversas características do clima e de suas alterações.
Apenas 3% da água do planeta não estão nos oceanos. Neles ocorre alta produção de vapor, que é deslocado por ventos até a superfície terrestre, onde a evaporação é menor.
Conforme o vapor de água sobe a atmosfera, ele encontra menor temperatura e pressão, e tende a formar gotículas que constituem nuvens. Quando os movimentos de ar deslocam as nuvens contra uma serra, ela é forçada a subir mais, o que pode provocar sua precipitação, geralmente na forma de chuva ou de neblina. O mesmo ocorre quando uma massa de ar frio (frente fria) encontra uma massa de ar quente e úmido.
A água que se precipita, seja através de chuva, neve, granizo, etc. pode, em sua forma líquida, infiltrar-se no solo e subsolo, ou escoar superficialmente, tendendo sempre a escorrer para regiões mais baixas e podendo, assim, alcançar os oceanos. Nesse percurso e nos oceanos, ela pode evaporar diretamente, como também pode ser captada pelos seres vivos.
Durante a fotossíntese dos organismos clorofilados, a água é decomposta: os hidrogênios são transferidos para a síntese de substâncias orgânicas e o oxigênio constitui o O2 que é liberado.
Durante a respiração, fotossíntese e diversos outros processos bioquímicos, são produzidas moléculas de água.
As plantas terrestres obtêm água do solo pelas raízes, e perdem-na por transpiração. Os animais terrestres que ingerem, e a perdem por transpiração, respiração e excreção.
Através desses processos, a água circula entre o meio físico e os seres vivos continuamente.
Ciclo da água
Como a ação humana afeta o ciclo da água?As ações humanas podem esgotar o fornecimento da água subterrânea, causando uma escassez e o conseqüente afundamento da terra ao extrair-se o líquido. Ao remover a vegetação, a água flui sobre o solo mais rapidamente, de modo que tem menos tempo para ser absorvida na superfície. Isto provoca um esgotamento da água subterrânea e a erosão acelerada do solo.
O C é o elemento básico da construção da vida. C está presente nos compostos orgânicos (aqueles presentes ou formados pelos organismos vivos) e nos inorgânicos, como grafite e diamante. C combina-se e é química e biologicamente ligado aos ciclos do O e H para formar os compostos da vida. CO2 é o composto orgânico de C mais abundante na atmosfera, mas compostos orgânicos como CH4 ocorrem em menor quantidade. Parte do ciclo do C é inorgânica, e, os compostos não dependem das atividades biológicas. O CO2 é solúvel em água, sendo trocado entre a atmosfera e a hidrosfera por processo de difusão. Na ausência de outras fontes, a difusão de CO2 continua em um outro sentido até o estabelecimento de um equilíbrio entre a quantidade de CO2 na atmosfera acima da água e a quantidade de CO2 na água. CO2 entra nos ciclos biológicos por meio da fotossíntese, e, a síntese de compostos orgânicos constituídos de C, H, O, a partir de CO2 e água, e energia proveniente da luz.
Carbono deixa a biota através da respiração. Processo pelo qual os compostos orgânicos são quebrados, liberando CO2, ou seja, C inorgânico, CO2 e HCO3- são convertidos em C orgânico pela fotossíntese, CO2 é retirado pelas plantas na terra e nos processos com o auxílio da luz solar, através da fotossíntese. Os organismos vivos usam esse C e o devolvem pelo processo inverso: o da respiração, decomposição e oxidação dos organismos vivos. Parte desse C é enterrado dando origem aos combustíveis fósseis. Quando o carvão (ou petróleo) é retirado e queimado, o C que está sendo liberado (na forma de CO2) pode ter sido parte do DNA de um dinossauro, o qual em breve pode fazer parte de uma célula animal ou vegetal.
Praticamente todo o C armazenado na crosta terrestre está presente nas rochas sedimentares, particularmente como carbonatos. As conchas dos organismos marinhos são constituídas de CaCO3 que esses organismos retiram da água do mar. Quando da morte desses, as conchas dissolvem-se ou incorporam-se aos sedimentos marinhos, formando, por sua vez, mais rochas sedimentares. O processo, de bilhões de anos, retirou a maioria do CO2 da atmosfera primitiva da Terra, armazenando-o nas rochas. Os oceanos, segundo maior reservatório de CO2, em C dissolvido e sedimentado, têm cerca de 55 vezes mais quantidade de CO2 que a da atmosfera. Os solos têm 2 vezes mais que a atmosfera, as plantas terrestres têm aproximadamente à da atmosfera.
Ciclo do Carbono
Tempo médio de residência de CO2:
Solos - 25 a 30 anos;
Atmosfera - 3 anos;
Oceanos - 1500 anos.
A formação dos sedimentos tectônicos contendo CO2 e a subseqüente reciclagem e decomposição nos processos tectônicos têm um tempo de residência de cerca de milhares de anos. A transformação do C presente nos organismos vivos por sedimentação e intemperismo envolve uma escala de tempo similar, embora as magnitudes sejam menores que para os carbonatos. Contudo, tais fluxos naturais estão sendo superados em muito pela quantidade de C que retorna à atmosfera pela queima dos combustíveis fósseis. Esta é a maior perturbação ao ambiente global causada pelo homem. Há ainda o desflorestamento e outras mudanças no uso da terra. Como resultado dessas perturbações, a (CO2)atm foi de 288 ppm, em 1850, para além de 350 ppm, em 1990. O aumento representa cerca de 50% do total de C que entra na atmosfera. A queima de combustíveis fósseis libera para a atmosfera 5 - 6 bilhões de m³ de C/ano, mas só são medidos cerca de 3. De 2 - 3 unidades são "perdidas". Algumas plantas terrestres podem ter respondido ao aumento do (CO2)atm, elevando sua capacidade de fotossíntese.
Cerca de 99,9% de todo o C da Terra está armazenado em rochas, como CaCO3 insolúvel ou proveniente da sedimentação da matéria orgânica. Em última instância, o CO2 extra, proveniente da queima dos combustíveis fósseis, precisa retornar à crosta. A taxa de remoção de C dos oceanos e, em última instância, da atmosfera depende do intemperismo das rochas da crosta para liberar íons metálicos como Ca+2, que formam os carbonatos insolúveis. O aumento do intemperismo deveria responder à variação da temperatura global, pois a maioria das reações químicas é acelerada como o aumento da temperatura. A presença da vida pode, portanto, acelerar o intemperismo devido ao aumento da acidez dos solos devido, por sua vez, ao aumento de CO2 e aos ácidos húmicos produzidos quando da decomposição das plantas. As raízes das plantas também facilitam a destruição física das rochas. Assim, a temperatura global pode estar ligada ao ciclo do C. Adeptos da hipótese Gaia sugerem que a vida na terra exerce controle deliberado sobre a composição da atmosfera, mantendo a temperatura adequada.
Durante o verão, as florestas realizam mais fotossíntese, reduzindo a concentração de CO2. No inverno, o metabolismo da biota libera CO2.
O CICLO DO CARBONATO - SILICATO
Sua grande importância consiste no fato dele contribuir com aproximadamente 80% do total de CO2 trocado entre a parte sólida da Terra e a atmosfera. A troca ocorre há meio bilhão de anos. CO2 atmosférico dissolve-se na água da chuva, produzindo H2CO3. Essa solução ácida, nas águas superficiais ou subterrâneas, facilita a erosão das rochas silicatadas (Si é o elemento mais abundante da crosta terrestre). Entre outros produtos, o intemperismo e a erosão provocam a liberação dos íons Ca2+ e HCO3-, que podem ser lixiviados para os oceanos. Os organismos marinhos ingerem Ca2+ e HCO3- e os usam para construção de suas conchas carbonatadas. Quando esses organismos morrem, as conchas depositam-se, acumulando-se como sedimentos ricos em carbonatos. Esse sedimento de fundo, participando do ciclo tectônico, pode migrar para uma zona cuja pressão e calor fundem parcialmente os carbonatos. A formação desse magma libera CO2 que escapa para a atmosfera pelos vulcões. Aí, pode combinar-se novamente com a água da chuva, completando o ciclo.
O ciclo do carbonato-silicato contribui para a estabilidade da temperatura atmosférica. Exemplo: se uma mudança climática aumenta a temperatura do oceano, a taxa de evaporação de água para a atmosfera aumenta e, conseqüentemente, a quantidade de chuva. Aumentando-se as precipitações, aumenta-se o intemperismo, e assim, o fluxo de Ca2+ e HCO3- para o mar. Os organismos marinhos retiram esses íons da água e quando morrem contribuem para os grandes estoques de C dos sedimentos marinhos. O resulto líquido é a remoção do CO2 atmosférico. Assim, uma menor quantidade da energia emitida pela superfície terrestre é aprisionada e a atmosfera resfria-se, completando o ciclo de contribuição negativa para o aumento da temperatura da atmosfera.
Cadeias de átomos de carbono, ligado uns aos outros, são características das moléculas orgânicas. A glicose, por exemplo, é constituída por uma cadeia de seis átomos de carbono, em torno da qual se arranjam seis átomos de oxigênio e doze de hidrogênio (C6H12O6).
Em uma teia alimentar, são os produtores que originam as substâncias orgânicas. Os consumidores e decompositores apenas transformam a matéria orgânica obtida do nível trófico anterior.
São os produtores, portanto, que retiram carbono do reservatório abiótico e o introduzem no meio biótico. É do CO2 (gás carbônico ou dióxido de carbono) que o carbono é retirado, através principalmente da fotossíntese, sendo então incorporado às substâncias orgânicas. Esse processo é denominado fixação de CO2.
O carbono integrado às substâncias orgânicas pode ter como destino:
Ficar incorporado aos tecidos vivos, constituindo estruturas ou participando de processos bioquímicos. O carbono pode, assim, passar de um nível trófico para o seguinte;
Retornar ao meio físico na forma de CO2, quando a substância orgânica é utilizada como fonte de energia na respiração aeróbia de produtores, consumidores e decompositores.
Note que as duas possibilidades acima ocorrem, simultaneamente, em cada ser vivo. Após sua morte, os tecidos serão lentamente decompostos, liberando-se assim o carbono remanescente.
Em certas condições a matéria orgânica pode ficar protegida da ação dos decompositores, sofrendo então lentas transformações químicas. Assim se originaram os depósitos de carvão e petróleo. Quando queimados, esses combustíveis fósseis liberam CO2, devolvendo à atmosfera átomos de carbono que há milhões de anos compunham tecidos vivos.
CICLO DO NITROGÊNIO
N é essencial para todas as formas de vida, pois está presente na estrutura dos aminoácidos. A vida mantém o N na forma molecular, N2, na atmosfera em quantidade maior que NH3 ou em óxidos, N2O, NO e NO2, ou em compostos com H, NH, HNO2 e HNO3. N2 é pouco reativo, tendendo a formar pequenos compostos inorgânicos. A maioria dos organismos não pode usar N2 diretamente sendo necessária muita energia para quebrar a ligação N - N. Uma vez isolados, os átomos de N podem converter-se em amônia, nitrato ou aminoácidos: o processo chama-se fixação e só ocorre por ação da luz ou da vida, sendo o último o grande responsável.
O processo biológico é tão importante, que várias plantas estabelecem uma simbiose com bactérias capazes de fixar nitrogênio. A diminuição de nitrogênio em solos agrícolas pode ser reduzida por rotação de culturas. Ex: soja, que fixa N, pode estar em rotatividade com milho, que não fixa, e, assim, aumentar a fertilidade do solo. Se as bactérias apenas fixassem nitrogênio, N2 seria removido da atmosfera. As bactérias também realizam o processo inverso: a imobilização. Tanto a remoção de N2, como a incorporação são processos controlados por bactérias. N é fertilizante e contaminante das águas subterrâneas. Fontes industriais e descargas elétricas podem fixar N. N fixo significa N não ligado, ou seja, N atômico. Fixação industrial é hoje a maior fonte de N. Óxidos de N são formados a altas temperaturas quando N2 e O2 estão presentes. Os óxidos de N são a maior fonte poluidora proveniente dos automóveis. N2O diminui a camada de O3 na estratosfera. N é ao mesmo tempo essencial e tóxico. É essencial a todas as formas de vida e participa de vários processos industriais, liberando produtos tóxicos.
Ciclo do Nitrogênio
O nitrogênio participa das moléculas de proteínas, ácidos nucléicos e vitaminas. Embora seja abundante na atmosfera (78% dos gases), a forma gasosa (N2) é muito estável, sendo inaproveitável para a maioria dos seres vivos. O processo que remove N2 do ar e torna o nitrogênio acessível aos seres vivos é denominado fixação do nitrogênio.
A fixação de N2 em íons nitrato (NO3-) é a mais importante, pois é principalmente sob a forma desse íon que as plantas absorvem nitrogênio do solo.
A fixação pode ocorrer por processos físicos, como sob ação de relâmpagos durante tempestades, e também por processos industriais, quando se criam situações de altíssima pressão e temperatura para a produção de fertilizantes comerciais. A fixação biológica, porém, é a mais importante, representando 90% da que se realiza no planeta.
A fixação biológica do nitrogênio é realizada por bactérias de vida livre no solo, por bactérias fotossintéticas, por cianofíceas (algas azuis), e principalmente por bactérias do gênero Rhizobium, que somente o fazem quando associadas às raízes de plantas leguminosas - soja, alfafa, ervilha, etc. Nessas raízes formam-se nódulos densamente povoados pelas bactérias, onde ocorre a fixação de N2 até a formação de nitrato. Essas plantas podem assim desenvolver-se mesmo em solos pobres desse íon.
Além da atmosfera, outro reservatório de nitrogênio é a própria matéria orgânica. Os decompositores que promovem a putrefação transformam compostos nitrogenados em amônia (NH3), processo denominado amonificação.
As bactérias Nitrosomonas transformam a amônia em nitrito (NO2-) (nitrosação) e as Nitrobacter o transformam em nitrato (nitratação). Esse processo todo é denominado nitrificação, e estas bactérias são conhecidas genericamente como nitrificantes.
O retorno do nitrogênio á atmosfera é promovido no processo de desnitrificação, realizado por bactérias desnitrificantes, que transformam o nitrato em nitrogênio gasoso (N2).
O solo, fonte de nitrato para as plantas terrestres, é também importante exportador de sais para os ecossistemas aquáticos, geralmente veiculados pela água de chuvas.
CICLO DO FÓSFORO
P é um dos elementos essenciais à vida, é um nutriente limitante do crescimento de plantas, especialmente em ambientes aquáticos e, por outro lado, se presente em abundância causa sérios problemas ambientais. Se, por exemplo, grande quantidade de P, geralmente utilizado como fertilizante e em detergentes, entra em um lago (principalmente se este for o caso), esse nutriente pode causar aumento da população de bactérias e algas verdes (fotosssintéticas). Devido ao crescimento intenso, esses organismos podem cobrir toda a superfície do lago, inibindo a entrada de luz e provocando, conseqüentemente a morte de plantas que vivem abaixo da superfície. Quando as plantas subsuperficiais morrem, assim como as algas e bactérias superficiais, todas são consumidas por outras bactérias que usam o CO2 dissolvido no lago ao se alimentares. Se o nível de O2 tornar-se muito baixo, a vida aquática fica comprometida. Os peixes morrerão e desenvolver-se-ão bactérias anaeróbias.
Ciclo do fósforo
Célula Animal e Vegetal
Há dois tipos de células eucarióticas: animaise vegetais. Apesar de terem três partes bem diferenciadas e comuns a todas elas (amembrana plasmática, o citoplasma e onúcleo), apresentam diferenças: existem estruturas exclusivas das células animais e outras exclusivas da células vegetais.
Célula Animal
Seja qual for o tipo de ser vivo que apresenta células como a dos animais, essas células têm uma série de características que as distinguem das plantas. Por exemplo, são desprovidas de parede celular e de cloroplastos, mas apresentam centríolos, estruturas ausentes nas plantas mais complexas.
Partes de uma célula animal:
Em praticamente todas as células podemos distinguir três partes: a membrana plasmática, o citoplasma e o núcleo. A membrana celular ou plasmática é uma estrutura que delimita a célula e a separa do meio onde se encontra, mas não isola completamente a célula, pois permite o intercâmbio de substâncias do interior ao exterior e vice-versa.
O citoplasma ocupa o espaço situado entre a membrana e o núcleo. Esse espaço está preenchido de um fluido, o hialoplasma (ou citosol), no qual se encontram os orgânulos celulares ou citoplasmáticos e o citoesqueleto (uma série de microfilamentos e microtúbulos que dão forma à célula).
O núcleo é uma estrutura mais ou menos esférica que se encontra no interior da célula, delimitado por uma estrutura membranosa (o envoltório nuclear). Assim como a membrana celular, o envoltório nuclear permite o intercâmbio de determinadas substâncias entre o núcleo e o citoplasma.
Cada uma das partes tem sua função. A célula é uma unidade biológica de funcionamento: realiza as três funções vitais (nutrição, relação e reprodução). Caso uma célula pertença a um ser pluricelular, ela pode ser especializada no desempenho de uma determinada função.
1. Membrana celular. É formada por uma camada dupla de fosfolipídios, com colesterol e proteínas. É uma capa dinâmica e flexível, na qual podem ser formadas vesículas para englobar substâncias; essas vesículas podem se unir a outras no interior da célula. Substâncias podem atravessar a membrana celular por simples difusão (como o gás oxigênio) ou mediante transporte ativo, com consumo de energia.
2. Citosol. Fluido que ocupa o citoplasma; imersos nele encontram-se os orgânulos celulares.
3. Núcleo. Delimitado por um envoltório nuclear, no interior do núcleo há o nucléolo e os filamentos de material genético.
4. Retículo endopiasmático. Conjunto de membranas que formam sáculos e tubos conectados entre si com a membrana celular e o envoltório nuclear. Há dois tipos: o RE rugoso, que tem ribossomos, e o RE liso, sem eles.
Transporta, armazena e modifica proteínas e lipídios pela célula.
5. Complexo golgiense. Conjunto de cinco a dez sáculos achatados. Realiza secreção celular.
6. Centríolos. Presentes em células animais e ausentes em plantas mais complexas, são formados por tubos de proteínas; estão relacionados à organização do citoesqueleto e aos movimentos (cílios e flagelos).
7. Vesículas. Estruturas membranosas pequenas que transportam substâncias, podem se unir à membrana e eliminar seu conteúdo para fora da célula.
8. Ribossomos. Pequenos orgânulos cuja função é produzir proteínas. Na ilustração, aparecem formando cadeias.
9. Citoesqueleto. Filamentos proteicos que constituem uma rede, dão forma à célula e participam do transporte de substâncias.
10. Mitocôndrias. Encarregadas de realizar respiração celular, um conjunto de reações químicas mediante as quais a célula obtém energia.
Algumas células animais também possuem estruturas relacionadas com movimento (cílios ou flagelos), que não existem em plantas mais complexas.
Célula Vegetal
Elas constituem o organismo das plantas. Células vegetais têm uma parede celular que recobre sua superfície, proporcionando proteção e resistência. No citoplasma, abrigam orgânulos exclusivos delas, oscloroplastos, responsáveis pela fotossíntese.
Parece celular: a parede das células vegetais é uma parte essencial delas, além de ser um elemento diferenciador em relação às células animais. Tem funções de proteção e sustentação. Embora seja formada por celulose, há casos em que se apresenta impregnada com uma substância mais rígida, a lignina. Isso ocorre em muitas células componentes da madeira do tronco das árvores. Em razão de sua presença na parede das células vegetais, a celulose é, sem dúvida, o polissacarídio mais abundante na Terra.
Além da parede celular, as células vegetais caracterizam-se pela presença de orgânulos chamados plastos (ou plastídios) e pela existência de grandes vacúolos.
Os plastos são característicos de células vegetais e das algas; podem ser de vários tipos e realizam muitas funções. Os amiloplastos, por exemplo, são importantes, pois armazenam amido como substância de reserva. Os plastos mais importantes, contudo, são os cloroplastos, os orgânulos que realizam fotossíntese. Têm um pigmento verde, a clorofila, substância-chave na captação de luz solar. A maioria das plantas é verde em razão da presença desse pigmento. As células vegetais também se distinguem das animais pela presença de estruturas com forma de bolsas, os vacúolos, que podem apresentar grande volume.
Os vacúolos armazenam substâncias (água, moléculas orgânicas, substâncias residuais). A célula vegetal adulta tem a presença de um único vacúolo central e o núcleo deslocado para a periferia.
As partes de uma célula vegetal:
De modo semelhante ao das células animais, nas células vegetais podem-se distinguir três partes.
A membrana é muito parecida com a das células animais e apresenta as mesmas funções, ainda que esteja recoberta pela parede celular. A rigidez dessa cobertura complexa exige mecanismos de união e comunicação entre as células vegetais que constituem um tecido.
O citoplasma contém diversos orgânulos e é preenchido pelo fluido chamado citosol.
No interior celular encontra-se o núcleo, que realiza exatamente as mesmas funções desempenhadas pelo núcleo das células animais.
1. Conjunto de membrana celular e parede celular. Na ilustração, aparecem também as paredes das células vizinhas, assim como as estruturas que permitem a união das células e a passagem de determinadas substâncias entre elas.
2. Citosol. Fluido que ocupa o citoplasma, similar ao das células animais. Em razão da existência do grande vacúolo, o espaço ocupado pelo citosol é proporcionalmente menor em determinadas células vegetais.
3. Vacúolo. É uma grande vesícula que armazena substâncias. Por exemplo, na epiderme da laranja, o vacúolo acumula o óleo essencial responsável pelo odor característico do fruto. Em outros casos, simplesmente armazena água. Nas células animais, encontram-se pequenas vesículas, envolvidas com empacotamento de materiais, seu transporte e secreção.
4. Cloroplastos. São orgânulos com uma membrana que os separa do citoplasma e em cujo interior há acúmulos de sáculos formados também por membranas; nesses sáculos encontra-se a clorofila. Os cloroplastos estão presentes em células de partes verdes das plantas - folhas e caules jovens - e não são encontrados em outras regiões da planta. Em órgãos destinados a armazenar reservas (como os tubérculos das batatas), os plastos presentes são chamados amiloplastos, orgânulos especializados em acumular glicídios na forma de amido.
5. Complexo golgiense. Conjunto de cinco a dez sáculos achatados, com as mesmas funções principais executadas nas células animais.
6. Mitocôndrias. Como ocorre em células animais, esses orgânulos encarregam-se da respiração celular.
A diferença é que, nas células vegetais, os glicídios que participam das reações da respiração celular provêm do metabolismo autótrofo e não da matéria orgânica conseguida no ambiente.
7. Retículo endoplasmático. Com as mesmas funções que desempenha em células animais, também se distinguem o retículo endoplasmático liso e o rugoso. No rugoso, aderidos às membranas encontram-se ribossomos, cuja função é a síntese de proteínas.
8. Núcleo celular. De mesma estrutura e função que nas células animais. Em células vegetais, não se encontra no centro celular, mas deslocado para a periferia, como conseqüência do crescimento do vacúolo.
Acima está outro modelo de uma célula vegetal. É importante lembrar que cada tipo célula possui uma diferente estrutura.
Célula Animal
Seja qual for o tipo de ser vivo que apresenta células como a dos animais, essas células têm uma série de características que as distinguem das plantas. Por exemplo, são desprovidas de parede celular e de cloroplastos, mas apresentam centríolos, estruturas ausentes nas plantas mais complexas.
Partes de uma célula animal:
Em praticamente todas as células podemos distinguir três partes: a membrana plasmática, o citoplasma e o núcleo. A membrana celular ou plasmática é uma estrutura que delimita a célula e a separa do meio onde se encontra, mas não isola completamente a célula, pois permite o intercâmbio de substâncias do interior ao exterior e vice-versa.
O citoplasma ocupa o espaço situado entre a membrana e o núcleo. Esse espaço está preenchido de um fluido, o hialoplasma (ou citosol), no qual se encontram os orgânulos celulares ou citoplasmáticos e o citoesqueleto (uma série de microfilamentos e microtúbulos que dão forma à célula).
O núcleo é uma estrutura mais ou menos esférica que se encontra no interior da célula, delimitado por uma estrutura membranosa (o envoltório nuclear). Assim como a membrana celular, o envoltório nuclear permite o intercâmbio de determinadas substâncias entre o núcleo e o citoplasma.
Cada uma das partes tem sua função. A célula é uma unidade biológica de funcionamento: realiza as três funções vitais (nutrição, relação e reprodução). Caso uma célula pertença a um ser pluricelular, ela pode ser especializada no desempenho de uma determinada função.
ESTRUTURA DE UMA CÉLULA ANIMAL:
1. Membrana celular. É formada por uma camada dupla de fosfolipídios, com colesterol e proteínas. É uma capa dinâmica e flexível, na qual podem ser formadas vesículas para englobar substâncias; essas vesículas podem se unir a outras no interior da célula. Substâncias podem atravessar a membrana celular por simples difusão (como o gás oxigênio) ou mediante transporte ativo, com consumo de energia.
2. Citosol. Fluido que ocupa o citoplasma; imersos nele encontram-se os orgânulos celulares.
3. Núcleo. Delimitado por um envoltório nuclear, no interior do núcleo há o nucléolo e os filamentos de material genético.
4. Retículo endopiasmático. Conjunto de membranas que formam sáculos e tubos conectados entre si com a membrana celular e o envoltório nuclear. Há dois tipos: o RE rugoso, que tem ribossomos, e o RE liso, sem eles.
Transporta, armazena e modifica proteínas e lipídios pela célula.
5. Complexo golgiense. Conjunto de cinco a dez sáculos achatados. Realiza secreção celular.
6. Centríolos. Presentes em células animais e ausentes em plantas mais complexas, são formados por tubos de proteínas; estão relacionados à organização do citoesqueleto e aos movimentos (cílios e flagelos).
7. Vesículas. Estruturas membranosas pequenas que transportam substâncias, podem se unir à membrana e eliminar seu conteúdo para fora da célula.
8. Ribossomos. Pequenos orgânulos cuja função é produzir proteínas. Na ilustração, aparecem formando cadeias.
9. Citoesqueleto. Filamentos proteicos que constituem uma rede, dão forma à célula e participam do transporte de substâncias.
10. Mitocôndrias. Encarregadas de realizar respiração celular, um conjunto de reações químicas mediante as quais a célula obtém energia.
Algumas células animais também possuem estruturas relacionadas com movimento (cílios ou flagelos), que não existem em plantas mais complexas.
Célula Vegetal
Elas constituem o organismo das plantas. Células vegetais têm uma parede celular que recobre sua superfície, proporcionando proteção e resistência. No citoplasma, abrigam orgânulos exclusivos delas, oscloroplastos, responsáveis pela fotossíntese.
Estruturas únicas das células vegetais:
Parece celular: a parede das células vegetais é uma parte essencial delas, além de ser um elemento diferenciador em relação às células animais. Tem funções de proteção e sustentação. Embora seja formada por celulose, há casos em que se apresenta impregnada com uma substância mais rígida, a lignina. Isso ocorre em muitas células componentes da madeira do tronco das árvores. Em razão de sua presença na parede das células vegetais, a celulose é, sem dúvida, o polissacarídio mais abundante na Terra.
Além da parede celular, as células vegetais caracterizam-se pela presença de orgânulos chamados plastos (ou plastídios) e pela existência de grandes vacúolos.
Os plastos são característicos de células vegetais e das algas; podem ser de vários tipos e realizam muitas funções. Os amiloplastos, por exemplo, são importantes, pois armazenam amido como substância de reserva. Os plastos mais importantes, contudo, são os cloroplastos, os orgânulos que realizam fotossíntese. Têm um pigmento verde, a clorofila, substância-chave na captação de luz solar. A maioria das plantas é verde em razão da presença desse pigmento. As células vegetais também se distinguem das animais pela presença de estruturas com forma de bolsas, os vacúolos, que podem apresentar grande volume.
Os vacúolos armazenam substâncias (água, moléculas orgânicas, substâncias residuais). A célula vegetal adulta tem a presença de um único vacúolo central e o núcleo deslocado para a periferia.
As partes de uma célula vegetal:
De modo semelhante ao das células animais, nas células vegetais podem-se distinguir três partes.
A membrana é muito parecida com a das células animais e apresenta as mesmas funções, ainda que esteja recoberta pela parede celular. A rigidez dessa cobertura complexa exige mecanismos de união e comunicação entre as células vegetais que constituem um tecido.
O citoplasma contém diversos orgânulos e é preenchido pelo fluido chamado citosol.
No interior celular encontra-se o núcleo, que realiza exatamente as mesmas funções desempenhadas pelo núcleo das células animais.
ESTRUTURA DE UMA CÉLULA VEGETAL:
1. Conjunto de membrana celular e parede celular. Na ilustração, aparecem também as paredes das células vizinhas, assim como as estruturas que permitem a união das células e a passagem de determinadas substâncias entre elas.
2. Citosol. Fluido que ocupa o citoplasma, similar ao das células animais. Em razão da existência do grande vacúolo, o espaço ocupado pelo citosol é proporcionalmente menor em determinadas células vegetais.
3. Vacúolo. É uma grande vesícula que armazena substâncias. Por exemplo, na epiderme da laranja, o vacúolo acumula o óleo essencial responsável pelo odor característico do fruto. Em outros casos, simplesmente armazena água. Nas células animais, encontram-se pequenas vesículas, envolvidas com empacotamento de materiais, seu transporte e secreção.
4. Cloroplastos. São orgânulos com uma membrana que os separa do citoplasma e em cujo interior há acúmulos de sáculos formados também por membranas; nesses sáculos encontra-se a clorofila. Os cloroplastos estão presentes em células de partes verdes das plantas - folhas e caules jovens - e não são encontrados em outras regiões da planta. Em órgãos destinados a armazenar reservas (como os tubérculos das batatas), os plastos presentes são chamados amiloplastos, orgânulos especializados em acumular glicídios na forma de amido.
5. Complexo golgiense. Conjunto de cinco a dez sáculos achatados, com as mesmas funções principais executadas nas células animais.
6. Mitocôndrias. Como ocorre em células animais, esses orgânulos encarregam-se da respiração celular.
A diferença é que, nas células vegetais, os glicídios que participam das reações da respiração celular provêm do metabolismo autótrofo e não da matéria orgânica conseguida no ambiente.
7. Retículo endoplasmático. Com as mesmas funções que desempenha em células animais, também se distinguem o retículo endoplasmático liso e o rugoso. No rugoso, aderidos às membranas encontram-se ribossomos, cuja função é a síntese de proteínas.
8. Núcleo celular. De mesma estrutura e função que nas células animais. Em células vegetais, não se encontra no centro celular, mas deslocado para a periferia, como conseqüência do crescimento do vacúolo.
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